Dizem que a celebração do Dia Internacional da Mulher não faz sentido e que não passa de uma discriminação (positiva) das mulheres.
Dizem que, se queremos ser iguais, nunca deveríamos aceitar este como um dia especial nosso.
Será?
Pois não me parece.
Este dia, para além de recordar todas as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres, ao longo dos tempos, rememora, de igual modo todas as discriminações e as violências a que muitas mulheres ainda estão sujeitas em todo o mundo.
E as mulheres portuguesas não são excepção, embora possamos dizer que, felizmente, estamos em melhores condições do que outras.
Pois que,
Enquanto houver mulheres violentadas, nos seus lares, espezinhadas e humilhadas, LUTEMOS!
Enquanto tivermos salários mais baixos do que os homens para o desempenho das mesmas funções, LUTEMOS!
Enquanto nos for impedido o acesso a funções de chefia, de direcção no mesmo pé de igualdade que aos homens, LUTEMOS!
Enquanto tivermos que ser nós a desdobrarmo-nos entre a profissão, a vida de casa e a escola dos filhos, sem qualquer reconhecimento, LUTEMOS!
Enquanto existir quem considere a inexistência de igualdade de capacidades, LUTEMOS!
Enquanto houver Juizes, nos Tribunais de Família que, para aferirem da existência de vida em comum do casal, tenham coragem de perguntar à mulher se ELA cozinha para ELE, e se ELA lhe lava a roupa, LUTEMOS!
Enquanto nos meios de comunicação social passarem anúncios de produtos de limpeza em que as protagonistas sejam apenas mulheres, LUTEMOS!
Enquanto não sentirmos, verdadeiramente, que existe IGUALDADE… LUTEMOS!
Passados que estão cem anos desde que Clara Zetkin propôs o dia 8 de Março como Dia Internacional da Mulher, na II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, continuo a sentir que existe discriminação e que este dia continua a fazer todo o sentido.
Parabéns a TODAS NÓS por todas as conquistas alcançadas e coragem para todas as contendas futuras!