Consiste este crime no facto de alguém privar sozinho com pessoas do sexo oposto que não sejam membros da sua família directa.
Ora, em Março passado,Khamisa Mohammed Sawadi, uma mulher de 75 anos de idade de nacionalidade síria, foi condenada a 40 chicotadas, quatro meses de prisão na Arábia Saudita, onde reside, e sua posterior deportação para a Síria, por ter cometido ESTE CRIME. A penas semelhantes foram também condenados os jovem Hadyan e Fahad que estavam com ela em sua casa.
Tais sentenças foram proferidas pelo tribunal da cidade de al-Shamli, a norte de Riyadh, capital do país.
O veredicto foi, subsequentemente, confirmado pelo Tribunal de Recurso. A pena será aplicada em breve.
No momento do seu primeiro julgamento, Fahad e Hadyan declararam em sua defesa que estavam a entregar pão a Khamisa Mohammed Sawadi. Fahad argumentou que a ofensa khilma não se aplicava uma vez que era parente de Khamisa, que o amamentou enquanto criança. O tribunal, porém, recusou este argumento.
Acredita-se que Khamisa Sawadi poderá não resistir ao castigo corporal, pelo que urge uma tomada de posição contra este caso em particular, mas fundamentalmente contra este estado de coisas.
Aliás, convem não esquecer que a Arábia Saudita é Estado-membro das Nações Unidas e subscritora da Convenção das Nações Unidas Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanas e Degradantes.
A Amnistia Internacional está empenhada na luta por esta causa, e eu a ela me associo.
Quero comentar este post, no entanto, para que não seja mal visto, quero antes de mais dizer que nem tomo uma posição nem outra (fico neutro).
ResponderEliminarGostaria então deixar alguma coisa para que se reflicta:
Acaso não seremos todos nós, seres humanos, fruto da cultura em que nascemos? Não será a nossa forma de pensar influenciada por isso?
Quem somos nós ocidentais para julgar os outros, dizemo-nos países desenvolvidos, mas somos intolerantes, como se vê neste post, para com quem pensa e forma diferente. Não será isto racismo cultural?
Mais ou menos assim: Nós é que somos bons e pensamos de forma correcta (Deuses) e os outros são uns burros porque pensam de forma diferente de nós e então vamo-nos juntar para fazer com que as autoridades transnacionais proíbam a prática cultural de determinado pais.
Lavar a loiça é uma óptima actividade para desanuviar.
By Demo
Belzebu,
ResponderEliminarEmbora possa concordar consigo quando sugere que somos todos produto da cultura onde nascemos, não posso concordar consigo de forma nenhuma quanto ao resto.
De facto, não sou deus (nem demo), e o povo ocidental também não o é - aliás cometemos diariamente atrocidades que devem ser igualmente condenadas - mas não me parece que este tipo de "castigos" (penas) sejam aceitáveis em nenhuma parte do mundo. A violência não pode ser encarada como "prática cultural", e convinhamos que o próprio crime tem muito que se lhe diga.
Da mesma forma sou contra penas de morte, condições degradantes nas cadeias, penas humilhantes, perpetradas em que paíse for (seja lá nos EUA ou nos países árabes).
A nossa sociedade não é perfeita, pois não, mas tem vindo a percorrer o caminho da igualdade (entre sexos, racial...), embora não esteja (claro que não) concluido.
Insurgir-me-ei contra qualquer ataque à dignidade humana, venha ele de onde vier (segundo aquilo que eu acho correcto, claro está).
Ah, é verdade, entretanto fui lavar a louça para desanuviar, mas... não desanuviei... e então resolvi voltar ao regime que antes vigorava cá em casa: a igualdade, com a consequente repartição de tarefas (hoje não me cabia a mim esse ofício, e em vez de desanuviar fiquei, digamos, anuviada!)
Teresa,
ResponderEliminarOs princípios da Justiça nos países muçulmanos baseiam-se exclusivamente na interpretação dos escritos do Al Corão e na mensagem divulgada pelo Profeta Maomé (o receptor original da vontade de Deus).
Ao contrário do que a maioria pensa saber, o Islão não é todo igual: existe um islão tolerante e espiritual e um islão fundamentalista e radical.
Este ultimo, é sem dúvida, o que aqui está representado.
Mas, se é com pesar e repúdio que continuamos a presenciar alguns casos destes, no mundo mulçumanos; também é com ao algum reguzijo, que assistimos cada vez mais, a comunidade internacional e as suas instituições – não indiferentes a estas situações - a pressionarem estes governos para que alterem estes tipos de punições.
Muito tem ainda que se fazer nesta matéria …mas muito, também, já foi feito!
Punições destas (e outras até muito mais graves: como apedrejamento até à morte) são sempre de censurar, porque ninguém tem o direito de tirar a vida seja a quem for! (nem mesmos os americanos, com a sua pena de morte!)
Dedo político,
ResponderEliminarinteiramente de acordo com o que diz. De facto tem havido avanços que temos que valorizar... Foi bom ter referenciado esse aspecto.
E sim, há também que repudiar os actos bárbaros, como a pena de morte dos americanos.
Tá visto, nada a fazer! Se calhar sou eu que estou mal. O que o dedo Politico e a Teresa Fidalgo continuam a defender é simplesmente a ideia que fazem de "Bem" e "Mal", que na verdade não existem. O bem e o mal não existem, por mais que queiram e batalhem, ele não existe. O que existe é o conceito de bem e de mal, que ainda assim, difere de sociedade para sociedade e dentro da mesma sociedade! Por muito que possa parecer atroz esse castigo, isso devesse simplesmente ao facto da cultura em que nascemos condenar esse tipo de comportamentos, nada mais! Eles, como foi referido no post, condenam com pena de morte a infidelidade, nós não. Secalhar eles deviam juntar-se e ir fazer força nas autoridades transnacionais para que nós penalizassemos a infidelidade da mesma forma que eles. Não que esteja bem ou mal, mas é essa a forma deles pensar!
ResponderEliminarBy Demo
Ah... Quanto à igualdade também tenho uma questão que até hoje não consegui ver respondida! Surgiu-me na altura do referendo ao Aborto.
ResponderEliminarAs mulheres reclamam o direito ao corpo e viram por isso legalizado o Aborto. Analisando juridicamente a igualdade entre os sexos vejamos:
Quando se faz um filho são necessárias duas pessoas (excluindo inseminação artificial). Depois do filho estar feito, a mulher pode decidir, sem ouvir a parte masculina, se quer produzir ou não esse filho. Temos aqui uma decisão unilateral. Se porventura decidir ter esse filho, supondo que o homem não o queria, ela pode-o obrigar judicialmente a assumir o filho e a contribuir para as despesas com este.
Questiono-me eu: Onde pára a igualdade dos sexos? Porque pode a mulher decidir unilateralmente uma coisa sobre a qual depois não assume as suas consequências?
By Demo
Belzebu, fazendo um esforço, posso até compreender o seu raciocínio... O que não posso é concordar com ele.
ResponderEliminarA tradição já não é o que era! (passo o plágio)
Pois "nós" também já vivemos numa sociedade que tolerava, se não fomentava, os castigos físicos como penas... Mas depois... depois "evoluimos(?)"... e fomos, por ex, o primeiro país a abolir a pena de morte.
Antes, queimavamos as bruxas na fogueira (colagem à igreja), castigavamos exemplarmente as MULHERES infieis, permitiamos e cultivavamos as reguadas na escola aos alunos que (coitados!) tinham dificuldades em aprender... e faziamos coisas ainda bem piores... Mas depois... bem depois... a sociedade foi "melhorando(?)", e passou a condenar esse tipo de comportamentos... Quanto a mim? Bem!
É obvio que eu defendo aquilo que a minha consciência me manda... só e apenas, não me colocando em lugar de sabedoria suprema (porque não a tenho), mas "lutando(?)" por aquilo que EU considero mais JUSTO.
Quanto ao resto "TENTO" ser tolerante (nem sempre o consigo, é certo, porque há coisas que me fazem mal ao fígado), mas tento...
E quanto ao outro assunto (o da igualdade versus aborto): Para fazer´um filho são realmente precisas duas pessoas - é verdade - mas também e fundamentalmente duas vontades - e se falha uma delas...
ResponderEliminarO corpo? sim esse é da mulher, que é quem engravida! e sobre ele só ela tem direito (e ainda bem!)...
Pena foi ter ficado sem resposta à minha pergunta! Vai ser dificil arranjar uma.
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