quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O Analfabeto Político - Bertolt Brecht


"O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão,
do peixe, da farinha, do aluguer, dos sapatos e dos remédios
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, burlão, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."

Nada é impossível de Mudar
"Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de
hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar."

Privatizado
"Privatizaram a sua vida, o seu trabalho, a sua hora de amar e o seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente, o seu pão e o seu salário.
E agora não contentes querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à humanidade pertence."

terça-feira, 14 de setembro de 2010

MADREDEUS - Haja o Que Houver (video oficial)

(para mudar o registo!)


Soubemos que vinham ao Porto!
Logo, logo a Rita (era sempre a Rita a das novidades!) perguntou-nos se queríamos ir vê-los.
Não conhecia!
Ninguém conhecia…
Tratamos de comprar um CD – todas contribuímos (pois!)naquela altura vivíamos com moderação!
Fiquei logo apaixonada pelas melodias… ficamos todas.
Ouvimos, ensaiámos… e ficamos prontas para assistir ao espectáculo…
Fomos. Para as frisas, claro, os bilhetes eram mais baratos. Mas fomos.

Que saudades do tempo em que não perdia um concerto no Coliseu ou no Rivoli… ou em Ermal, ou em Paredes de Coura, ou em Alvalade… ou mais nem sei aonde…
Que prazer me dava, no fim (sendo no Porto), descer à Ribeira para acabar a noite. Dançar no extinto “Meia Cave”, até que o sono me consumisse. Voltar para casa de alma cheia…


… Que saudades, Rita, que eu tenho tuas! Estarás sempre por aqui...

domingo, 12 de setembro de 2010

terça-feira, 7 de setembro de 2010

"E tu? De que és inocente?" - JN


Não podia deixar de partilhar este pequeno artigo de Manuel António Pina, no Jornal de Notícias, que manifesta de uma forma fantástica, aquilo que eu penso sobre o assunto.

... e mais não é preciso dizer...

"E tu? De que és inocente?" - JN



"Os seis condenados da Casa Pia vêm engrossar a chorosa lista de inocentes de que, como se sabe, estão cheios tribunais e cadeias de todo o Mundo.

Até ver, e dependendo do resto do processo, a principal diferença entre os inocentes da Casa Pia e alguns dos outros inocentes (assassinos, violadores, assaltantes) é que estes não aparecem nas TVs a fazer queixa dos juízes aos Ex. mos Srs. Telespectadores nem a sua condenação (por crimes que, obviamente, nenhum deles cometeu) faz "aterrar" sobre a Justiça o apocalíptico Reino das Trevas (ou, ainda pior, das "Trêvas").

Como os demais "inocentes", os da Casa Pia irão "até ao fim" do Universo, da Física e da Metafísica para obter a condenação dos juízes que os condenaram e, se não for pedir muito, das vítimas que lhes "fizeram mal".

Ora quis o acaso objectivo que, no mesmo dia da sentença da Casa Pia, passasse na RTP um filme em que, a certa altura, John Turturro é metido na cela onde está Schwarzenegger e faz as apresentações perguntando imediatamente: "E tu? Estás aqui inocente de quê?".

"Maravilhosos acasos, aqueles que agem com precisão", diz Bresson."