segunda-feira, 28 de março de 2011

“O Poema é um arbusto que não cessa de tremer”


Na semana passada, de 21 a 25 de Março, na escola dos meus filhos mais novos, decorreu a semana da leitura. Durante aquela semana os alunos que assim entendiam e que os professores acordavam, percorriam as salas lendo um texto. Esse texto podia ser retirado de um livro, ou um original seu.

A minha filha Gabriela, que tem 9 anos, a partir da frase “O Poema é um arbusto que não cessa de tremer”, construiu este poema:


O Poema é escrita,

Que não pára de se movimentar,

Pois nós o seguramos com inteligência

E com o nosso coração a flutuar.

Parece uma árvore florida,

Cada flor com uma palavra especial,

E com a nossa mão florimos mais flores coloridas.

O Poema é,

O que sinto de verdade,

O que me espera de realidade,

O que não espero mas seco de esperança.

O Poema é infinito,

Muito caloroso de ideias,

Parece areia que se cola a nós,

Árvores muito caladas,

Canetas pintadas,

Momentos pensativos e diversos!

Adoro Poesia,

Faz-me lembrar um cavalo a pinchar a cada minuto,

Um avião a rastejar pintado de transparente,

Água coberta de sumo,

Pessoas animadas a trocar nós,

Televisões sem cabos mas com cores trocadas.

O Poema é mágico,

Cada frase é um feiticeiro,

Cada palavra é uma varinha de condão,

E cada letra é o que sinto do fundo do coração!



Gabriela Nunes

(21-03-2011)



Digam lá se não tenho motivos para ficar orgulhosa? Adorei este poema…

segunda-feira, 21 de março de 2011

Dia Mundial da Poesia

Manifesto Anti-Dantas


quinta-feira, 17 de março de 2011

TOCÁ RUFAR Renascer das Cinzas

Caríssimos,

O Tocá Rufar é um projecto que afirma a cultura portuguesa através do ritmo do bombo. Tem desenvolvido um louvável trabalho nas escolas, contribuindo para promover nos mais novos o sentido de responsabilidade, e a sua participação e envolvimento em actividades culturais.

Vejam. Contribuam. Divulguem.

Obrigada,






A.D.A.T. - ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DO TOCÁ RUFAR

tels: 212123702/ 966831425 (provisórios)

Reg. 4º Cartório Notarial de Lisboa sob o nº 475 -B

Contribuinte nº 504 313 916



Paio Pires, 09 de Março de 2011



Exmos. Senhores,

O bombo de luto é um bombo que luta.

A 1 de Março de 2011 pelas 15h ardeu o TamborQFala, a sede do Tocá Rufar... sobre isto não resta mais que um pesado silêncio. Foi tão rápido, tão rápido que nos deixou sem palavras nem credo: o que vamos ser agora? O que vamos respirar a partir de agora? O que vamos sentir?

E logo começámos a ouvir os tambores. Sim, entre as labaredas soaram, em vez de lamentos, música! Eram os bombos que morriam lutando, gritando para que não desistíssemos nunca.

Não vamos desdizê-los: o Tocá Rufar renascerá graças aos bombos que nos inspiram.



Os que sentirem no coração esta perda, que é de Portugal inteiro, enviem os sinceros donativos para a conta da ADAT - Associação dos Amigos do Tocá Rufar:



Nib 0036 0050 99100254775 90 / Iban PT50 0036 0050 9910 0254 7759 0 ou ligando para o 760 50 10 90 (chamada 0.60€ + iva)



Não desistimos, vamos seguir em frente com as nossas actividades, ensaios, espectáculos, da forma que conseguirmos.

O melhor modo de nos ajudarem é também divulgar o sucedido pelo maior número de pessoas possível e gritar bem alto que vamos continuar e lutar para renascer e fazermos sempre cada vez melhor.



Muito obrigado,



Atenciosamente

P'lo Tocá Rufar

Rui Júnior

(Presidente da Direcção)

quarta-feira, 16 de março de 2011

segunda-feira, 14 de março de 2011

A formiga (ou um delírio burocrátic​o?)


Todos os dias, uma formiga chegava cedinho ao escritório e trabalhava a sério.

A formiga era produtiva e feliz.

O gerente besouro estranhou a formiga trabalhar sem supervisão.


Se ela era produtiva sem supervisão, seria ainda mais se fosse supervisionada.

E colocou uma barata, que preparava belíssimos relatórios e tinha muita experiência, como supervisora.


A primeira preocupação da barata foi a de padronizar o horário de entrada e saída da formiga.

Pouco depois, a barata precisou de uma secretária para ajudar a preparar os relatórios e contratou também uma aranha para organizar os arquivos e controlar as ligações telefónicas.

O besouro ficou encantado com os relatórios da barata e pediu também gráficos com indicadores e análise das tendências que eram mostradas em reuniões.

A barata, então, contratou uma mosca, e comprou um computador com impressora colorida. Logo, a formiga produtiva e feliz, começou a lamentar-se de toda aquela movimentação de papéis e reuniões!

O besouro concluiu que era o momento de criar a função de gestor para a área onde a formiga produtiva e feliz, trabalhava.

O cargo foi dado a uma cigarra, que mandou colocar uma carpete no seu escritório e comprar uma cadeira especial.

A nova gestora cigarra logo precisou de um computador e de uma assistente, a pulga (sua assistente na empresa anterior) para ajudá-la a preparar um plano estratégico de melhorias e o controlo do orçamento para a área onde trabalhava a formiga, que já não cantarolava e cada vez ia ficando mais aborrecida.

A cigarra, então, convenceu o gerente besouro, que era preciso fazer um estudo do clima.

Mas, o besouro, ao rever as contas, deu-se conta de que a unidade na qual a formiga trabalhava já não rendia como antes e contratou a coruja, uma prestigiada consultora, muito famosa, para que fizesse um diagnóstico da situação. A coruja permaneceu três meses nos escritórios e emitiu um volumoso relatório, com vários volumes, que concluía: Há muita gente nesta empresa!!

E adivinhe quem o besouro mandou demitir?

A formiga, claro, porque andava muito desmotivada e aborrecida.


Bom trabalho a todas as formigas!!!
(NOTA: copio-a, tal e qual a recebi em mensagem... desculpem o 'plágio', mas não resisti...)

sexta-feira, 11 de março de 2011

Rejeição da Moção traduzida ao país


O BE apresenta uma moção de censura na Assembleia da República, censurando as políticas do governo e a forma como tem reagido à crise.
Os partidos votam:
PS – Vota contra, obviamente – não vai assumir que está a tomar as medidas erradas. Quer continuar no poder – apesar de tudo, mesmo tendo a plena consciência que não percebe nadinha de governação, que não tem a mínima ideia como sair da crise, é sempre melhor estar no poleiro – enquanto Portugal não afunda de vez, pelo menos ‘eles’ vão-se governando.
PSD – Abstém-se, claro! – Então se este governo está a aplicar as políticas que convém ao PSD (as que ele preconizou, as que ele aprovou, as que desejou) enquanto se queima inteirinho no forno, vai mudar-se porquê?
Por um lado, o PSD bem sabe bem que não tem equipa, nem líder, para formar governo; por outro, oferecer-se para ser governo nesta altura seria tornar-se voluntariamente no odioso, o que seria uma palermice. O PSD não tem política alternativa ao governo – a política que o governo está a seguir é a política acordada entre o PSD e o PS – qualquer mudança seria, aos seus olhos, um erro – entre eles há entendimento.
Faz-me lembrar aqueles indivíduos que ‘mandam matar’ para não sujarem as mãos.
CDS – Coitado do CDS! Mostrou ao país o partido que é e sempre foi: um partido de mentirinha, de brincadeira, que gosta de existir porque sim, mas não serve para nada. Um partido mesquinho e birrento: *Moção de Censura ao governo? Claro que queremos censurar o governo – nós achamos que este governo (e este Primeiro-ministro) não deve estar nem mais um segundo a conduzir os destinos do país; queremos que saia imediatamente. *E a Moção de Censura? Não votam a favor? *NÃO!!! *Porquê? *Oh! Porque não fomos nós que a apresentamos, foi aquele partido que nós não gostamos; é um partido de esquerda, (imagine-se!), nós não podemos concordar com eles em nada. *NÃO??? Mas vocês não diziam que queriam que este governo saísse? Vocês não acham que o Primeiro-ministro já não tem condições para governar, nem mais um dia? Vocês não encheram a boca a dizer que devia ser feito o que aquela Moção explana? *Achamos! Quer dizer, nós, na verdade, não achamos nada. Nós temos assim este jeito de dizer as coisas, parece que queremos mudar o mundo, que queremos outras políticas, mas na verdade nós não queremos nada – nós só dizemos isso para convencer as pessoas que estamos preocupados com elas, mas na realidade, estamo-nos a borrifar – se os nossos interesses foram salvaguardados é isso que nos interessa.

Os únicos partidos que mostraram responsabilidade, coerência, coragem e esperança para mudar o que está mal, foram os partidos de esquerda – e em primeira linha o BE.
E não me venham cá com a treta de que o BE não é alternativa de governo e que iríamos todos parar não sei aonde se ele ganhasse as eleições, porque essa história da carochinha já não cabe na cabeça de ninguém. Quando vêm com esses argumentos é porque não lhes resta mais nenhuns.
Na esquerda está a esperança, a justiça, a igualdade.
Esta Moção era clara. O Professor Doutor Francisco Louçã explicou-a à exaustão. Se nada mudou foi porque aqueles que realmente hoje têm peso na Assembleia (e no país) não quiseram. Os interesses dos portugueses não foram defendidos. O PS, o PSD e o CDS não o quiseram. Não venham com hipocrisias: Se a Moção não foi aprovada é porque aqueles partidos apadrinham as medidas que estão a ser tomada. E nós, portugueses, continuamos a ir na sua cantiga!!!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Aurora boreal - António Gedeão


Tenho quarenta janelas
nas paredes do meu quarto.
Sem vidros nem bambinelas
posso ver através delas
o mundo em que me reparto.
Por uma entra a luz do Sol,
por outra a luz do luar,
por outra a luz das estrelas
que andam no céu a rolar.
Por esta entra a Via Láctea
como um vapor de algodão,
por aquela a luz dos homens,
pela outra a escuridão.
Pela maior entra o espanto,
pela menor a certeza,
pela da frente a beleza
que inunda de canto a canto.
Pela quadrada entra a esperança
de quatro lados iguais,
quatro arestas, quatro vértices,
quatro pontos cardeais.
Pela redonda entra o sonho,
que as vigias são redondas,
e o sonho afaga e embala
à semelhança das ondas.
Por além entra a tristeza,
por aquela entra a saudade,
e o desejo, e a humildade,
e o silêncio, e a surpresa,
e o amor dos homens, e o tédio,
e o medo, e a melancolia,
e essa fome sem remédio
a que se chama poesia,
e a inocência, e a bondade,
e a dor própria, e a dor alheia,
e a paixão que se incendeia,
e a viuvez, e a piedade,
e o grande pássaro branco,
e o grande pássaro negro
que se olham obliquamente,
arrepiados de medo,
todos os risos e choros,
todas as fomes e sedes,
tudo alonga a sua sombra
nas minhas quatro paredes.
Oh janelas do meu quarto,
quem vos pudesse rasgar!
Com tanta janela aberta
falta-me a luz e o ar.

segunda-feira, 7 de março de 2011