sexta-feira, 11 de março de 2011

Rejeição da Moção traduzida ao país


O BE apresenta uma moção de censura na Assembleia da República, censurando as políticas do governo e a forma como tem reagido à crise.
Os partidos votam:
PS – Vota contra, obviamente – não vai assumir que está a tomar as medidas erradas. Quer continuar no poder – apesar de tudo, mesmo tendo a plena consciência que não percebe nadinha de governação, que não tem a mínima ideia como sair da crise, é sempre melhor estar no poleiro – enquanto Portugal não afunda de vez, pelo menos ‘eles’ vão-se governando.
PSD – Abstém-se, claro! – Então se este governo está a aplicar as políticas que convém ao PSD (as que ele preconizou, as que ele aprovou, as que desejou) enquanto se queima inteirinho no forno, vai mudar-se porquê?
Por um lado, o PSD bem sabe bem que não tem equipa, nem líder, para formar governo; por outro, oferecer-se para ser governo nesta altura seria tornar-se voluntariamente no odioso, o que seria uma palermice. O PSD não tem política alternativa ao governo – a política que o governo está a seguir é a política acordada entre o PSD e o PS – qualquer mudança seria, aos seus olhos, um erro – entre eles há entendimento.
Faz-me lembrar aqueles indivíduos que ‘mandam matar’ para não sujarem as mãos.
CDS – Coitado do CDS! Mostrou ao país o partido que é e sempre foi: um partido de mentirinha, de brincadeira, que gosta de existir porque sim, mas não serve para nada. Um partido mesquinho e birrento: *Moção de Censura ao governo? Claro que queremos censurar o governo – nós achamos que este governo (e este Primeiro-ministro) não deve estar nem mais um segundo a conduzir os destinos do país; queremos que saia imediatamente. *E a Moção de Censura? Não votam a favor? *NÃO!!! *Porquê? *Oh! Porque não fomos nós que a apresentamos, foi aquele partido que nós não gostamos; é um partido de esquerda, (imagine-se!), nós não podemos concordar com eles em nada. *NÃO??? Mas vocês não diziam que queriam que este governo saísse? Vocês não acham que o Primeiro-ministro já não tem condições para governar, nem mais um dia? Vocês não encheram a boca a dizer que devia ser feito o que aquela Moção explana? *Achamos! Quer dizer, nós, na verdade, não achamos nada. Nós temos assim este jeito de dizer as coisas, parece que queremos mudar o mundo, que queremos outras políticas, mas na verdade nós não queremos nada – nós só dizemos isso para convencer as pessoas que estamos preocupados com elas, mas na realidade, estamo-nos a borrifar – se os nossos interesses foram salvaguardados é isso que nos interessa.

Os únicos partidos que mostraram responsabilidade, coerência, coragem e esperança para mudar o que está mal, foram os partidos de esquerda – e em primeira linha o BE.
E não me venham cá com a treta de que o BE não é alternativa de governo e que iríamos todos parar não sei aonde se ele ganhasse as eleições, porque essa história da carochinha já não cabe na cabeça de ninguém. Quando vêm com esses argumentos é porque não lhes resta mais nenhuns.
Na esquerda está a esperança, a justiça, a igualdade.
Esta Moção era clara. O Professor Doutor Francisco Louçã explicou-a à exaustão. Se nada mudou foi porque aqueles que realmente hoje têm peso na Assembleia (e no país) não quiseram. Os interesses dos portugueses não foram defendidos. O PS, o PSD e o CDS não o quiseram. Não venham com hipocrisias: Se a Moção não foi aprovada é porque aqueles partidos apadrinham as medidas que estão a ser tomada. E nós, portugueses, continuamos a ir na sua cantiga!!!

7 comentários:

  1. Essa mensagem de que o BE não pode ir para o governo convém na perfeição ao PS de Sócrates...
    A verdade, porém, é qeu esquerda não se une e vai criando espaço para a direita.

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  2. Na realidade, a direita (do CDS ao PS) nunca esteve mais unida do que hoje...

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  3. Carlos,

    Infelizmente esta esquerda não tem sabido unir-se e a direita, ávida de poder, tem sabido bem aproveitar...

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  4. Manuel,

    ... sim, porque o PS tem mostrado bem o seu lado direito...

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  5. Concordo plenamente contigo. Temos assistido a uma peça de teatro fraca e cara, bastante cara!
    "Fui o primeiro a dizer ao primeiro-ministro saia!", diz Paulo Portas e depois.... é o que se sabe. O PSD faz um alarido à volta do PEC, levam as mãos à cabeça, contorcem-se, e depois.... abstêm-se e viabilizam.
    As pessoas vêem os seus salários reduzidos, há estudantes que deixam de poder tirar um curso superior, ficam sem abono de família etc etc e depois há eleições e o que acontece???
    Será que ainda se pensa que os comunistas comem crianças ao pequeno-almoço?

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  6. Ah, não, espera. Isto é por causa dos mercados, não podemos incomodar os mercados, quais entidades hiper sensíveis.
    Olha, eu vou mas é calar-me e tu devias fazer o mesmo, porque uma palavra dita a mais ou um voto mais à esquerda ainda põem os mercados todos malucos e os juros a subir! E isso nós não queremos, porque somos cidadãs responsáveis.

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  7. Gé,

    Esse é o mal - está tão enraizado nas nossas mentes que os malditos comunas comem criancinhas, que difícil vai ser mudar isso...


    ....xiu, então calemo-nos! Não venham de lá os mercados... buuuu!
    (sabes que outro dia um ultra-liberal (para não lhe chamar outra coisa) dizia-me que até ele já não conseguia ouvir falar dos mercados? Imagina nós, as esquerdóides...)

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