- Mãe, precisamos de ter uma reunião!
- Precisamos? Está bem, vamos lá falar.
- Fica marcada para Domingo às 6h da tarde. Dá-te jeito?
- Dá-me, está bem, mas não pode ser agora?
- Não mãe, as reuniões têm que ser marcadas com antecedência. Domingo, às 6h da tarde, está bem para ti?
- Pronto, está bem, então Domingo fazemos a reunião.
- Vou perguntar ao pai e aos meus irmão se podem. Depois confirmo-te.
(Eles nunca se esquecem do dia marcado!!! Quando chega a hora, lembram-me sempre: “Mãe, hoje é o dia da reunião!” E se eu já me tiver esquecido, ficam todos chateados, e não resistem a comentar: É sempre a mesma coisa…)
As reuniões formais, cá em casa, são frequentes… e às vezes eu até tenho medo…
Foram os infantes que as instituíram e sentem-se importantes e orgulhosos por isso.
Geralmente os assuntos são gravíssimos! Ora porque nós pais fomos injustos, ora porque discutimos, ora porque eu fumo... Pois… e normalmente eles têm razão.
Geralmente os assuntos são gravíssimos! Ora porque nós pais fomos injustos, ora porque discutimos, ora porque eu fumo... Pois… e normalmente eles têm razão.
Quando somos nós, os adultos, a “convocar” a dita reunião, o assunto prende-se, normalmente, com o comportamento não muito correcto dos filhos e com os castigos a aplicar. (Dessa eles já não gostam nada). Nestes casos, é realizada no dia da asneirola.
A reunião tem regras, não é à balda e o tom é sempre muito solene – no início cada um tem um tempo (o que precisar) de exposição do assunto que quer ver tratado, coisa que é determinada previamente. Depois, segue-se o debate - mas sempre que alguém quer falar, tem que levantar o dedo e esperar pela sua vez. Quando um fala, os outros estão obrigatoriamente calados.
Não temos púlpito, mas o orador é obrigado a ocupar um lugar de destaque (normalmente de frente para os ouvintes).
Frequentemente faz parte da ordem do dia, assuntos como as tarefas domésticas… É que nenhum de nós gosta de as executar… e depois, pronto, lá vem à baila a quantidade de vezes que um fez mais não sei o quê mais do que o outro, e não é justo.
Nem sempre dizemos coisas agradáveis, fazemos algumas queixas, pedimos contas e fazemos cobranças…
Outro espécie de reuniões, são as de carácter individual. Normalmente eu e um dos filhos, mas também as fazem com o pai.
Essas são absolutamente secretas e pessoais. Decorrem no meu quarto, e enquanto não terminarem, ninguém as pode interromper. Os elementos que nesse dia são excluídos, respeitam-nas sempre, e se por acaso precisam de ir ao meu quarto fazer qualquer coisa, pedem desculpa por violar o protocolo.
Conversamos sobre as suas preocupações, as suas mágoas e dores, mas também sobre alegrias e romantismos... São os nossos segredos!
Não temos púlpito, mas o orador é obrigado a ocupar um lugar de destaque (normalmente de frente para os ouvintes).
Frequentemente faz parte da ordem do dia, assuntos como as tarefas domésticas… É que nenhum de nós gosta de as executar… e depois, pronto, lá vem à baila a quantidade de vezes que um fez mais não sei o quê mais do que o outro, e não é justo.
Nem sempre dizemos coisas agradáveis, fazemos algumas queixas, pedimos contas e fazemos cobranças…
Outro espécie de reuniões, são as de carácter individual. Normalmente eu e um dos filhos, mas também as fazem com o pai.
Essas são absolutamente secretas e pessoais. Decorrem no meu quarto, e enquanto não terminarem, ninguém as pode interromper. Os elementos que nesse dia são excluídos, respeitam-nas sempre, e se por acaso precisam de ir ao meu quarto fazer qualquer coisa, pedem desculpa por violar o protocolo.
Conversamos sobre as suas preocupações, as suas mágoas e dores, mas também sobre alegrias e romantismos... São os nossos segredos!
Também reunimos em conselhos de família. Estes conselhos são bem mais descontraídos e divertidos que as modalidades anteriores. Usámo-los para discutir coisas como o nosso destino de férias, um fim-de-semana especial…
São temas bastante agradáveis, e por isso deixam-nos um tanto ao quanto excitados e incapazes de cumprir as regras: fazemos balbúrdia, falamos todos ao mesmo tempo (e muito alto), levantamos o dedo, mas não esperamos pelo nosso tempo de expor e dispensamos a regra de orar em lugar destacado… Rimos, rimos muito, e ouve-se muitas vezes a expressão “já sei, já sei, podemos…”
Todos dão sugestões, e todas são ponderadas… facilmente chegamos a um consenso… pois o que queremos todos é diversão!
(A reunião já vai ser hoje às 6h da tarde… até estou para ver o que se vai passar!)
São temas bastante agradáveis, e por isso deixam-nos um tanto ao quanto excitados e incapazes de cumprir as regras: fazemos balbúrdia, falamos todos ao mesmo tempo (e muito alto), levantamos o dedo, mas não esperamos pelo nosso tempo de expor e dispensamos a regra de orar em lugar destacado… Rimos, rimos muito, e ouve-se muitas vezes a expressão “já sei, já sei, podemos…”
Todos dão sugestões, e todas são ponderadas… facilmente chegamos a um consenso… pois o que queremos todos é diversão!
(A reunião já vai ser hoje às 6h da tarde… até estou para ver o que se vai passar!)
Gostei do que li... Uma verdadeira família ;)
ResponderEliminarBoa sorte para a reunião de logo!
Bjinho
Teresa,
ResponderEliminarSendo a "Ideologia a posição política das opções sociais", nada melhor que uma reunião fora dos olhares das câmaras de TV (lol), para chegar a um consenso!
Aqui, o respeito pelo agregado familiar constituiu um inabalável espelho da família!
Fantástico! Uma família verdadeiramente democrática!
Nota: O ‘dedopolitico’ só deseja que o governo lá de casa seja dialogante, e não, intolerante (lol)!
À Vezes, Marquês, às vezes... outras vezes esta casa parece uma feira... todos berram e ninguém se entende...
ResponderEliminarDedo Político,
ResponderEliminarNós tentamos... mas há quem nos diga que os nossos filhos dão opiniões a mais...
Quando eu era criança não era nada assim! "Era o que era e eu nem piava", e eu insurgia-me sempre contra isso... não percebia porque é que "eu" não tinha direito a dizer o que achava.
Não sei... perdem-se algumas coisas mas ganham-se outras, que, no meu entender são bem importantes...
Cara Teresa Fidalgo
ResponderEliminarSem dúvida que o núcleo familiar funciona para a sociedade como as fundações para um prédio. E no seu caso, aprendem-se os mais elementares conceitos de disciplina (que são fundamentais para uma mente que se quer organizada) e democracia.
Faltam duas horas para a reunião. Que seja produtiva.
Briosas saudações.
Gostaria muito de ouvir as razões do Miguel. Sabe fazê-las valer ou não?
ResponderEliminarIsso de cada um falar a seu tempo sem ser atropelado pela voz de outros participantes, quão útil seria nas discussões políticas!
Um beijinho a todos
Poeta do Penedo,
ResponderEliminarJá acabou a reunião... Correu bem. De uma forma geral, corre sempre... É uma das alturas das nossas vidas que conseguimos falar e ouvir com alguma tranquilidade, apesar do que se discute...
Sim, foi produtiva. É sempre. O facto de dizermos, em família, aquilo que pensamos já vale por si... Digamos que também é uma espécie de "terepia familiar"
Retribuidas as saudações.
D. Alda,
ResponderEliminarApesar da idade, o Miguel sabe bem expor as suas razões. Ele é bastante sensato nestas alturas. Aliás, surpreende-me sempre.
Nós também não somos grande exemplo... Se é verdade que aqui cumprimos, rigorosamente, as regras de falar sem atropelos... não o fazemos muitas vezes... A tia (Teté) diz-nos que nós somos uma família muito barulhenta e que falamos muito alto. É verdade, às vezes, para me fazer ouvir, tenho que dizer a mesma coisa um milhão de vezes, e nem sempre no volume pretendido.
Mas de uma forma geral, eu gosto que sejamos da maneira que somos...
Beijinhos grandes.
Parece-me excelente o método. Democrático e participativo. Assim se constroem as famílias felizes. Boa reunião e boa semana.
ResponderEliminarCarlos,
ResponderEliminarLá felizes acho que somos, mas às vezes também somos umas boas pestes... e temos as nossas complicações.
Uma coisa é certa, conhecemo-nos todos muito bem e respeitamo-nos como pessoas, independentemente da idade... não temos hierarquias na resolução de muitos assuntos, mas também sabemos assumir o nosso papel de pais quando é nesessário e nos assuntos que pensamos que devemos (eu principalmente, pronto...)
Obrigada pelas palavras.